Construí amigos, enfrentei derrotas, venci obstáculos, bati na porta da vida e disse-lhe: Não tenho medo de vivê-la. A. Cury

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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Faça de seu contabilista um parceiro. Evite tormentas


Maria Clara Bugarim: “A legislação é complexa, o empreendedor muitas vezes não conhece todos os detalhes e acaba pagando mais do que deve”.


Mais do que registrar o dia a dia das empresas, os contabilistas devem atuar como consultores em gestão tributária. Outras novidades do setor são o SPED e as Normas Internacionais de Contabilidade.
Carlos Ossamu - 29/4/2009 - 19h26

Em épocas de crise econômica, as empresas buscam medidas para a redução de custos, de forma a compensar a queda na receita e equilibrar o fluxo de caixa. Ao levantar os custos fixos e variáveis, se descobre que a carga tributária é um dos maiores vilões, superando 36% da receita bruta. O custo com tributos não inclui apenas o pagamento dos impostos, mas os custos burocráticos, como processamento, planilhas de acompanhamento, guias de recolhimento e outros. Claro que todo empresário sabe que a carga tributária no Brasil é alta, todos reclamam, mas poucos têm a consciência de quanto cada tributo pesa em seu lucro.

A realidade tributária é muito complexa. O sistema conta com 61 tributos, mais de 3.200 normas e quase cem obrigações acessórias, como livros, formulários, guias e declarações. “Isso demonstra a necessidade de uma gestão tributária, área em que o contabilista deixa de ser um preenchedor de guias e formulários e passa a atuar como um consultor em tributos”, explica Maria Clara Cavalcante Bugarim, presidente do Conselho Federal de Contabilidade.

Segundo ela, este é o grande desafio da classe hoje: “No Brasil atuam hoje mais de 400 mil profissionais de contabilidade. Mesmo com a crise, a situação desses profissionais é confortável, pois toda a empresa precisa necessariamente dos serviços do contador, e novas empresas continuam sendo abertas”. Por outro lado, surgem novos desafios com a globalização, a chegada de novas tecnologias e exigência do mercado, como a do contador passar a atuar como um consultor, fazendo uma gestão tributária”.

Ela explica que a gestão tributária de forma alguma incentiva a sonegação de impostos: “Essa gestão, ou planejamento tributário, nada mais é do que uma análise de quais tributos o empresário é obrigado a recolher e o exato enquadramento da empresa perante o Fisco. Como a legislação é complexa e o empreendedor muitas vezes não conhece todos os detalhes, acaba pagando mais do que deve”. É justamente essa complexidade que permite a adoção de uma gestão eficaz, com a participação de profissionais competentes, que conheçam a fundo a legislação. O empresário precisa deixar de ver o contador apenas como um profissional que irá registrar o dia a dia da empresa, mas como um importante parceiro do seu negócio.

Segundo a presidente do CFC, o cenário atual abre uma nova era para o mercado brasileiro e também para os profissionais de contabilidade: “A inclusão plena dos nossos contabilistas neste vasto campo de trabalho demanda muitas e importantes ações. Como exemplo, uma formação profissional à altura das exigências da Contabilidade Internacional. Tem-se uma imprescindível necessidade de engajamento no processo de Educação Profissional Continuada, a começar pelas novas e crescentes demandas de profissionais com expertise para interagir com o Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, na esteira de novidades trazidas pelo Governo Eletrônico. O que, por sua vez, já nos desafia a intensificar o processo de emissão da nova identidade digital”.

De outra parte, voltado para os interesses da sociedade brasileira, o Conselho Federal de Contabilidade vem colaborando com as entidades governamentais e contribuindo – institucional e tecnicamente – para dotar o Brasil de uma Contabilidade Pública à altura da posição ocupada pelo País na economia mundial. Nesse sentido, a entidade trabalha para aprovar as imprescindíveis Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público.

Segundo Maria Clara, outra importante questão é levar o projeto de modernização da Contabilidade Pública aos municípios. São mais de cinco mil cidades no Interior do Brasil, a maioria ainda carente da presença qualitativa de profissionais contábeis, devidamente atualizados na nova visão defendida pelo CFC: “Todo um esforço de formação profissional se faz necessário, no sentido de aproximar o profissional contábil dos agentes públicos”.

Para a presidente da CFC, com a entrada em vigor da nova Lei das Sociedades Anônimas, vem a imposição de amplas mudanças no fazer contábil, afetando sobremodo os profissionais que lidam com empresas de capital aberto. Isto demandará do sistema CFC/CRCs uma grande mobilização em torno de um programa específico de atualização profissional: “Essas e outras grandes questões que desafiam a gestão do CFC são de natureza sistêmica. Em outras palavras, temos de raciocinar como sistema CFC/CRCs, sempre procurando nivelar por cima. No Conselho Federal, há de se buscar o melhor atendimento aos regionais. Cada regional, por sua vez, no que couber, sempre que possível, deve contribuir para o fortalecimento das entidades co-irmãs”.

Fonte: Diário do Comércio