Construí amigos, enfrentei derrotas, venci obstáculos, bati na porta da vida e disse-lhe: Não tenho medo de vivê-la. A. Cury

BOAS VINDAS!!!

Este blog é para aqueles que se interessam, como eu, pela Contabilidade e por seu desenvolvimento prático-teórico.

"Se um dia fecharem-lhe as portas da vida, pule a janela." (Augusto Cury)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A nova ORDEM contábil

A principal razão para a realização do Exame de Suficiência, que será aplicado para os profissionais contábeis, é a valorização do profissional, algo que se busca há muito tempo nesta profissão, nem sempre com resultados satisfatórios.
A redação dada pela Lei 12.249/2010 altera o disposto no artigo 12 de Decreto – Lei 9.245/1946 e prescreve que os profissionais de que trata o referido decreto somente poderão exercer a profissão após regular conclusão do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis, reconhecido pelo Ministério da Educação, aprovação em Exame de Suficiência e registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) a que estiverem sujeitos. Os técnicos em contabilidade já registrados em CRC e os que venham a fazê-lo até 1º de junho de 2015, estes desde que aprovados no Exame de Suficiência, têm assegurado o seu direito ao exercício da profissão. Após esta data, não haverá mais registros profissionais de contabilistas com formação técnica em contabilidade. Primeiro de junho de 2015? Não está um pouco longe? Sim, mas é uma conquista já definida.
O 1º Exame de Suficiência está previsto para março de 2011 e será composto de uma prova para os bacharéis em contabilidade e uma para os técnicos na área.
O Exame de Suficiência é a prova de equalização destinada a comprovar a obtenção de conhecimentos médios, consoante os conteúdos programáticos desenvolvidos no curso de bacharelado em Ciências Contábeis e no curso de técnico de Contabilidade. Entende-se por conhecimentos médios a obtenção de no mínimo 50% dos pontos possíveis. Talvez devesse ser exigido um percentual maior? Sim, mas já é um começo.
A valorização do profissional da área contábil, já iniciada com a mudança de várias regras contábeis exigida pela Lei 11.638/07 e Lei 11.941/09, recebe agora mais uma força, substantiva, de outra lei federal.
Em função de direitos garantidos, os portadores de registro ativo nos CRCs até o ultimo dia 29 de outubro, não estão obrigados a prestar o referido exame. Em agosto de 2010, última atualização disponibilizada no site do Conselho Federal de Contabilidade (www.cfc.org.br), estes profissionais somam o expressivo total de 439.051 registros. Os direitos garantidos garantem conhecimentos médios aos atuais portadores de registros? Deixemos em aberto a resposta...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A nova Contabilidade Social

Sempre somos levados a pensar que a Contabilidade é uma ciência fria, sem foco social, pois lidaria com números. Não são poucas às vezes que nos defrontamos com afirmações do tipo: isso é um problema meramente contábil, como se fosse um problema menor, sem maiores impactos na sociedade. A abordagem da doutrina contábil prevalecente e, até mesmo, os produtores e usuários das informações contábeis não deixam de ter uma relevante parcela de culpa pela situação antes descrita, pois no mais das vezes, o grande foco social das ciências contábeis é muito pouco explorado. Para se ter uma idéia do que estou falando, basta que se afirme que uma das punições mais temidas nos EUA, atualmente, depois dos escândalos corporativos, como Enron etc, estão cominadas na lei conhecida como “Sarbanes-Oxley Act 2002”, que trata das fraudes contábeis.

Caso fizéssemos uma enquête, um levantamento, sobre o que a população entende como Contabilidade Social, provavelmente, os iniciados em assuntos econômicos responderiam que a Contabilidade Social diz respeito a um ramo da economia, uma disciplina da bela grade de disciplinas do Curso de Economia, que trata dos chamados agregados macroeconômicos, do tipo: PIB, Renda Nacional etc, que estudei na UFMA, como Contabilidade Nacional. Poucas pessoas evidenciariam uma alternativa a essa concepção, informando tratar-se de uma nova e possível disciplina da grade curricular dos Cursos de Ciências Contábeis que teria o condão de evidenciar o que de prático se faz em termos de Responsabilidade Social Corporativa, nas empresas, entidades, órgãos públicos etc.

Pelos idos de 1984, o Contador João Prudêncio Tinoco Júnior, ao obter o grau de Mestre em Contabilidade pela USP, ousou preparar uma Dissertação de Mestrado intitulada “Balanço Social - Uma Abordagem Sócio-Econômica da Contabilidade, um assunto então incipiente, ou mesmo, desconhecido nas lides acadêmicas e empresarias deste país. Assim nasceu, neste país, a preocupação acadêmica com um empolgante tema conhecido como Balanço Social, que seria a exteriorização das políticas públicas realizadas pelas empresas, entidades sem fins lucrativos, órgãos públicos etc.
O Conselho Federal de Contabilidade editou, em 2005, duas normas que ajudaram a dar fôlego a uma nova disciplina que deve ser objeto de estudo, qual seja a Contabilidade Social, com foco na microeconomia e uma possível interface com a macroeconomia. Refiro-me às Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas (NBC T) 3.7 e 15, que dizem respeito, respectivamente, à Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e às Informações de Natureza Social e Ambiental.

Em que pese não ser obrigatória, ainda, a elaboração e divulgação da DVA, pois não foi aprovado, até o momento, o projeto de lei que trata da reforma do capítulo da Lei 6 404/76 que dispõe sobre a Escrituração e Demonstrações Contábeis, há algum tempo tramitando no Congresso Nacional, muitas empresas brasileiras comprometidas com políticas contábeis que primam pela transparência total, ou “Full Disclosure” - como gostam de afirmar os doutrinadores contábeis que cultuam a língua inglesa - já estão elaborando e publicando as DVAs, fornecendo informações primorosas sobre as suas gerações e distribuições de riquezas.
Tratando-se das “Informações de Natureza Social e Ambiental”, malgrado não constar do conteúdo da NBCT15 qualquer referência à Balanço Social, podemos afirmar que a citada Norma Brasileira de Contabilidade dispõe sobre o seu arcabouço, não deixando de considerar a antes referida DVA, como um dos seus, digamos, instrumentos componentes, pois se sabe que a DVA integra o que na doutrina se convencionou rotular de Balanço Social.

Merece destaque, neste particular, que o Conselho Federal de Contabilidade ao editar tais normas, conseguiu uma proeza que muitos não conseguiram. Enquanto Vice-Presidente para Assuntos Técnicos do Conselho Federal de Contabilidade, em Brasília, pelos idos de 1997, recebi a incumbência de manifestar-me sobre dois projetos que tratavam de Balanço Social, ou, se preferirem, da evidência da Responsabilidade Social Corporativa. Um era originário da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e outro do Congresso Nacional, de autoria das então Deputadas Sandra Starling, Maria da Conceição Tavares e Marta Suplicy. Ambos os projetos não vingaram, foram arquivados, não por demérito dos mesmos, e sim “pelo excesso de calor e pouca luz”, gerados pelos debates que ensejaram.

Por conseqüência do exposto, dispomos de dois instrumentos técnicos que permitirão aos profissionais da contabilidade informações acerca de como deverão ser evidenciadas as políticas públicas, ou seja, as ações de responsabilidade sociais corporativas efetuadas pelas empresas, entidades, órgãos públicos etc. Por outro lado, os estudiosos de contabilidade terão condições de aprofundar os conhecimentos sobre Contabilidade Social, com um novo foco. Ganham as entidades públicas, pois terão mais informações que possam ensejar o planejamento evitando-se os desperdícios dos recursos, aplicando-os nas áreas mais necessitadas. Ganha a sociedade brasileira, tão carente de políticas públicas em seu benefício.

Por Manoel Rubim da Silva

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ponderações sobre uma Nova Contabilidade

Merece ponderações o que vem sendo apresentado como se fosse uma “nova Contabilidade” trazida do hemisfério norte, através de Normas ditas “Internacionais”.

A simples leitura das referidas por quem possui cultura técnica de nível médio evidenciará que nenhuma coisa de “essencial” se acrescentou ao que existia; ocorreu, sim, alguma confusão conceptual, a produção de textos que resultaram em exposições de contestável clareza, uma apresentação ao feitio da visão dos que as produziram.


Facultado ficou o “subjetivismo”, ostensivamente pregou-se o desrespeito à lei, lesionaram-se alguns preceitos fundamentais de natureza científica.

Intensa publicidade, entretanto, prossegue sendo feita sobre a matéria como se “inovação salvadora” estivesse a suceder e uma “nova Contabilidade” a surgir.

Como “ser atualizado” é imagem que muitos seres apreciam ostentar, impressionados com as motivações publicitárias, mesmo sem refletir e examinar a realidade e os efeitos do que lhes é repassado, a opção eleita é quase sempre a de não questionar, nem indagar.


Essa uma das razões pelas quais, por paradoxal que possa parecer, existem coisas apresentadas como “novidades” e que são, em realidade, roupagens da moda em corpos antigos.


Como se pinta uma parede velha para dar-lhe o aspecto de nova, assim, também, idéias vetustas, conceitos já amarelejados no tempo, recebem intitulações diferentes, surgindo como “inovação” progressista.


Também, com intenções similares, outras vezes, mascaram-se processos inadequados e se apresentam os mesmos como algo excelente.

Ignorância a respeito da História, débil cultura doutrinária científica, fraca memória, renúncia a reflexão, são responsáveis, em grande parte, por tais situações.

Séculos às vezes se passam ocultando verdadeiras conquistas da mente humana; mais tarde, surge o “ignorado” como “grande descoberta”; assim ocorreu, por exemplo, com a utilização da força do vapor, esta que já era empregada no Egito Antigo, mas que só milênios depois seria tida como uma conquista do século XVIII de nossa era; também os robôs que são tidos como conquistas da modernidade já existiam no tempo de Cristo, inventados há cerca de 2.000 anos por Heron, também no Egito; novas roupagens vestiram tais matérias, mas as bases, as “essências” continuam sendo as mesmas.


A expressão “superado”, usada para desqualificar obras expressivas, traduz falta de responsabilidade perante a cultura, além de manifestação aética.


Todas as épocas abrigaram seres de mentalidade superior, acima da média cultural de seus tempos e foram eles os que edificaram a civilização, merecendo respeito e gratidão.


Muita coisa do passado é digna de apreço e o presente, o hoje, é apenas um efeito do já vivido.


A cultura se constrói de ocorrências sedimentadas ao longo dos anos.


Não se despreza um bem conquistado com valor; o máximo que se deve fazer é acrescentar-lhe utilidade.


Estudo recente, profundo, realizado sobre a vida de empresas que possuem mais de 100 anos, chegou à conclusão que foi o respeito às tradições, em cada uma delas, que lhes permitiu sobreviver, enquanto a quase totalidade faleceu precocemente.


As coisas deveras eficazes, verdadeiras, sensíveis, basta que as adaptemos, respeitando as qualidades.


Porque algo foi pensado, praticado ou feito há muito tempo não significa que é inútil, nem que está “ultrapassado”.


Não são poucas as obras antigas que jamais foram superadas, quer no campo da filosofia, da ciência e da arte.


A inteligência do homem está em saber tirar proveito do bom, tenha este que idade tiver.


Nunca podemos nos esquecer que o movimento de renovação da humanidade, o grande passo do medieval ao moderno, estruturou-se no “velho”, ou seja, no apelo à filosofia de Platão e às formas gregas da antiguidade clássica, ou seja: “na apresentação de um novo antigo”, por paradoxal que possa parecer.


O famoso autor do primeiro livro impresso sobre partidas dobradas, Luca Pacioli, estribou-se na milenar filosofia platônica para escrever a sua obra “Das Divinas Proporções”, estas que consta foram ensinadas pelo frei a Leonardo da Vinci.


Admitir, pois, ser necessário “esquecer” tudo que havia em Contabilidade para aprender de novo com as ditas Normas Internacionais é algo insensato, como o é imaginar que estas sejam a própria ciência contábil.


Jamais através do normativo referido será possível estabelecer modelos de comportamento da riqueza ou oferecer fórmulas para a prosperidade das empresas, pois, tais coisas são prerrogativas da cultura científica.


As normas estão limitadas ao campo dos registros, das demonstrações, visando a informar, sendo apenas uma técnica, não o conhecimento superior da Contabilidade.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Um novo mundo, uma nova contabilidade!!!

O avanço tecnológico vem transformando e renovando a contabilidade.

Acompanhar a evolução do mundo nos últimos tempos não tem sido uma tarefa fácil. Smartphones, netbooks, blogs, twitter, audiobook, TV digital. As notícias giram pelo globo com a velocidade da luz, literalmente. Há uma enxurrada de informações que chegam aos nossos ouvidos, aos nossos olhos, nas nossas caixas de entrada.

São torpedos, e-mails, internet com imagem. Mas, como digerir e processar toda essa enorme quantidade de informação? Informação é sinônimo de conhecimento? Ler e tentar assimilar tudo o que nos chega faz com que tenhamos tempo suficiente para nos dedicar àquilo que nos faz crescer e ser feliz? Será que a sensação de cansaço e falta de tempo não é resultado desse bombardeio de informação, fazendo com que nos sintamos confusos e r eticentes?

Você pode estar se perguntando o que essa divagação tem a ver com contabilidade, que está no título e é o tema desse artigo. No entanto, essa reflexão fará todo o sentido do mundo quando lembrarmos que a evolução do mundo também chegou à nossa velha e querida contabilidade. Quem poderia imaginar que o método criado pelo Frei Lucca Pacciolo fosse sofrer tamanha transformação desde o século XV, quando foi criado?

Um novo mundo está também surgindo na contabilidade, com a edição, no Brasil, de uma gama enorme de Pronunciamentos Contábeis, elaborados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que estão mudando a forma com que as empresas e, portanto, os contadores deverão elaborar suas demonstrações financeiras.

Todos aqueles que se formaram há mais de cinco anos fatalmente terão que renovar seu conhecimento, reestudar a contabilidade, de certo modo apagar aquilo que aprenderam nos cursos de Ciências Contábeis, para, a partir da mesma base conceitual (fez bem quem se aplicou na matéria de Teoria Geral da Contabilidade), reconstruir toda a técnica de escrituração contábil e de elaboração das demonstrações financeiras. São tantas as novidades – e em tão pouco tempo – que é difícil acompanhar todas as normas divulgadas pelo CPC.

Evolução. Essa é a palavra de ordem – também na contabilidade. O que se procura, com essa nova estrutura, é produzir demonstrações que sejam globais. Afinal de contas, estamos alinhando nossas normas com as práticas internacionais adotadas na imensa maioria dos países desenvolvidos. Essa consolidação das normas contábeis acontece a partir das IFRS (International Financial Reporting Standards).

O principal argumento a favor da implantação dessa nova maneira de fazer a contabilidade é o de permitir uma padronização de todas as demonstrações financeiras ao redor do mundo. Com um único padrão de normas, será possível comparar as demonstrações das empresas de um mesmo setor, não importa se elas estão na China, na Rússia, na Alemanha, no Canadá, no Chile ou no Brasil.

Também permitirá a avaliação, por parte dos analistas e dos investidores, de diversos setores econômicos. Será uma evolução e tanto. Tentem imaginar o quanto é complicado comparar o grau de eficiência e de rentabilidade de uma empresa do ramo de varejo com outra, do ramo hospitalar. E, agora, dessas duas com uma indústria metalúrgica. As novas normas de contabilidade vão facilitar o trabalho.

É possível encontrar no mercado alguns profissionais e algumas empresas que parecem não dar a real importância aos pronunciamentos contábeis emanados do CPC. O argumento mais ouvido é de que essas normas somente se aplicam às sociedades anônimas e às grandes empresas, com ativos de R$ 240 milhões ou faturamento de R$ 300 milhões. Trata-se de um argumento inadequado.

É fato que a Lei 11.638/07, também chamada de Nova Lei das SAs, obrigou somente as grandes empresas a observar as regras de convergência aos padrões internacionais de contabilidade. Também é fato que o Comitê de Pronunciamentos Contábeis não tem poder de exigir o cumprimento de normas por ele divulgadas.

Acontece que, até por não ter força normativa, o CPC necessita que os diversos órgã ;os reguladores dos diversos setores econômicos – tão díspares como o mercado financeiro, por meio do Banco Central, o mercado de ações, via Comissão de Valores Mobiliários, o mercado de seguros, pela Superintendência de Seguros Privados, o mercado de telefonia, por meio da Agência Nacional de Telecomunicações, entre outros – aprovem e adotem seus pronunciamentos.

É justamente aqui que nasce a obrigatoriedade de todas as empresas observarem as normas do CPC. O Conselho Federal de Contabilidade, órgão federal que regulamenta a profissão de contabilista, também tem adotado como Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) os pronunciamentos contábeis publicados pelo CPC.

Isso exige que todos os profissionais da profissão contábil observem essas regras, sob pena de ter seu registro suspenso ou cancelado. Em resumo, pode até ser que as médias e pequenas empresas não estejam obrigadas, por lei, a cumprir as regras do CPC. No entanto, é inegável que seus contabilistas, no exercício da profissão, estão, sim, obrigados a cumpri-las – o que nos coloca diante, não de um problema, mas de uma oportunidade.

A evolução é inevitável e é para todos. Temos que nos acostumar e, mais do que isso, nos adaptar à nova realidade. Saem-se melhor aqueles que conseguem superar os desafios e tirar proveito das oportunidades. As pequenas e médias empresas brasileiras que adotarem o quanto antes as normas do CPC certamente estarão um passo à frente dos seus concorrentes.

Essa é uma prática de governança corporativa – mais uma novidade no cenário empresarial brasileiro. As pequenas e médias empresas que saírem na frente vão ter melhor avaliação do mercado de crédito e vão atrair mais investidores, ávidos por aplicar seu capital em empresas promissoras e bem administradas. Um novo mundo, uma nova contabilidade.

Enio De Biasi sócio-diretor da De Biasi Auditores Independentes. 

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

22 de setembro, dia do CONTADOR: Parabéns a todos os contadores do BRASIL...

Desejo a todos contadores, que nossas contas sejam assim:

Menos Preocupações

Mais Reconhecimento

Satisfação Multiplicada

E como resultado desta conta:

SUCESSO TOTAL...

Infelizmente muitas pessoas não valorizam nossa profissão, não sabem dar valor ao trabalho de pessoas honestas e, que lutam pelo futuro do País. Claro que existem aqueles que se dizem "profissionais", mas não passam de pessoas ambiciosas, capazes das maiores falcatruas para se dar bem, mas isso existe em qualquer profissão, não se pode generalizar. Ainda bem que durante meus estudos nesta área, só conheci pessoas do bem.
Parabéns a todos os profissionais que engrandecem esta importante atividade com seus conhecimentos e valiosos serviços, que contribuem de várias maneiras para a vida econômica e social do país e em especial pelo seu admirável empenho em várias frentes de trabalho.
Parabéns para todos os contadores do Brasil.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Faça de seu contabilista um parceiro. Evite tormentas


Maria Clara Bugarim: “A legislação é complexa, o empreendedor muitas vezes não conhece todos os detalhes e acaba pagando mais do que deve”.


Mais do que registrar o dia a dia das empresas, os contabilistas devem atuar como consultores em gestão tributária. Outras novidades do setor são o SPED e as Normas Internacionais de Contabilidade.
Carlos Ossamu - 29/4/2009 - 19h26

Em épocas de crise econômica, as empresas buscam medidas para a redução de custos, de forma a compensar a queda na receita e equilibrar o fluxo de caixa. Ao levantar os custos fixos e variáveis, se descobre que a carga tributária é um dos maiores vilões, superando 36% da receita bruta. O custo com tributos não inclui apenas o pagamento dos impostos, mas os custos burocráticos, como processamento, planilhas de acompanhamento, guias de recolhimento e outros. Claro que todo empresário sabe que a carga tributária no Brasil é alta, todos reclamam, mas poucos têm a consciência de quanto cada tributo pesa em seu lucro.

A realidade tributária é muito complexa. O sistema conta com 61 tributos, mais de 3.200 normas e quase cem obrigações acessórias, como livros, formulários, guias e declarações. “Isso demonstra a necessidade de uma gestão tributária, área em que o contabilista deixa de ser um preenchedor de guias e formulários e passa a atuar como um consultor em tributos”, explica Maria Clara Cavalcante Bugarim, presidente do Conselho Federal de Contabilidade.

Segundo ela, este é o grande desafio da classe hoje: “No Brasil atuam hoje mais de 400 mil profissionais de contabilidade. Mesmo com a crise, a situação desses profissionais é confortável, pois toda a empresa precisa necessariamente dos serviços do contador, e novas empresas continuam sendo abertas”. Por outro lado, surgem novos desafios com a globalização, a chegada de novas tecnologias e exigência do mercado, como a do contador passar a atuar como um consultor, fazendo uma gestão tributária”.

Ela explica que a gestão tributária de forma alguma incentiva a sonegação de impostos: “Essa gestão, ou planejamento tributário, nada mais é do que uma análise de quais tributos o empresário é obrigado a recolher e o exato enquadramento da empresa perante o Fisco. Como a legislação é complexa e o empreendedor muitas vezes não conhece todos os detalhes, acaba pagando mais do que deve”. É justamente essa complexidade que permite a adoção de uma gestão eficaz, com a participação de profissionais competentes, que conheçam a fundo a legislação. O empresário precisa deixar de ver o contador apenas como um profissional que irá registrar o dia a dia da empresa, mas como um importante parceiro do seu negócio.

Segundo a presidente do CFC, o cenário atual abre uma nova era para o mercado brasileiro e também para os profissionais de contabilidade: “A inclusão plena dos nossos contabilistas neste vasto campo de trabalho demanda muitas e importantes ações. Como exemplo, uma formação profissional à altura das exigências da Contabilidade Internacional. Tem-se uma imprescindível necessidade de engajamento no processo de Educação Profissional Continuada, a começar pelas novas e crescentes demandas de profissionais com expertise para interagir com o Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, na esteira de novidades trazidas pelo Governo Eletrônico. O que, por sua vez, já nos desafia a intensificar o processo de emissão da nova identidade digital”.

De outra parte, voltado para os interesses da sociedade brasileira, o Conselho Federal de Contabilidade vem colaborando com as entidades governamentais e contribuindo – institucional e tecnicamente – para dotar o Brasil de uma Contabilidade Pública à altura da posição ocupada pelo País na economia mundial. Nesse sentido, a entidade trabalha para aprovar as imprescindíveis Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público.

Segundo Maria Clara, outra importante questão é levar o projeto de modernização da Contabilidade Pública aos municípios. São mais de cinco mil cidades no Interior do Brasil, a maioria ainda carente da presença qualitativa de profissionais contábeis, devidamente atualizados na nova visão defendida pelo CFC: “Todo um esforço de formação profissional se faz necessário, no sentido de aproximar o profissional contábil dos agentes públicos”.

Para a presidente da CFC, com a entrada em vigor da nova Lei das Sociedades Anônimas, vem a imposição de amplas mudanças no fazer contábil, afetando sobremodo os profissionais que lidam com empresas de capital aberto. Isto demandará do sistema CFC/CRCs uma grande mobilização em torno de um programa específico de atualização profissional: “Essas e outras grandes questões que desafiam a gestão do CFC são de natureza sistêmica. Em outras palavras, temos de raciocinar como sistema CFC/CRCs, sempre procurando nivelar por cima. No Conselho Federal, há de se buscar o melhor atendimento aos regionais. Cada regional, por sua vez, no que couber, sempre que possível, deve contribuir para o fortalecimento das entidades co-irmãs”.

Fonte: Diário do Comércio

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A MULHER DA CONTABILIDADE



Maria Clara Cavalcante Bugarim


Maria Clara Cavalcante Bugarim nasceu em União dos Palmares (AL), em 1963.

Contadora de profissão é também graduada em Administração de Empresas e em Direito, e pós-graduada em Auditoria e em Administração de Recursos Humanos. É Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP) e Doutoranda em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Ao longo de sua vida profissional, exerceu com excelência e brilhantismo cargos, até então, nunca exercidos por mulheres. Foi Auditora Geral do Estado de Alagoas, Diretora Financeira do Instituto de Previdência do Estado de Alagoas (IPASEAL), Secretária de Assistência Social do Município de Santana do Mundaú (AL), Presidente da Associação dos Servidores do IPASEAL - ASSIPASEAL, Conselheira Fiscal do Banco do Estado de Alagoas, Conselheira Fiscal da Algás, Conselheira Fiscal da Sergasa, Técnica de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, Empresária Contábil, Assessora Pedagógica e Professora da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Vice-presidente de Assuntos Institucionais e de Alianças do Instituto da Cidadania Fiscal (ICF).

Devido a sua formação, teve sua carreira marcada pela articulação junto às entidades de classe, presidiu o Conselho Regional de Contabilidade de Alagoas (CRCAL/1998 - 2001), a Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC/2002 - 2005) e ocupou a cadeira de Conselheira do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Nessa última entidade iniciou-se o grande marco da história da profissão contábil e em 60 anos de criação da profissão, foi a primeira mulher a ocupar a presidência do órgão maior da Classe Contábil brasileira.

Sua gestão (2006/2007 - 2008/2009) é marcada por sua habilidade interlocutória em abrir espaços, tanto no âmbito nacional quanto no âmbito internacional, para as discussões que envolvem a profissão contábil. Na área acadêmica destaca-se pelo acompanhamento sistemático, marcando o posicionamento da gestão (CFC) quanto às discussões sobre os novos rumos da Educação Superior no Brasil, especificamente na área do curso de Ciências Contábeis, bem como centrando esforços no sentido de privilegiar a Educação Continuada, instrumento eficaz na formação do profissional da contabilidade.

No decorrer da sua trajetória como profissional e lutadora pelos direitos e garantias da Classe Contábil, foi merecedora dos principais títulos: Detentora da Comenda CRCPI - medalha de Honra ao Mérito Contador Pedro Tobias Duarte, Detentora da Comenda CRCRN - Professor Ulisses Celestino de Góes, Detentora da Comenda CRCTO - Medalha de ao Mérito Contábil Tocantinense, honraria máxima, Contador Ivan Carlos Gatti, Detentora da Comenda CRCSP - Medalha Professor Hilário Franco, Detentora da Comenda CRCPA - Ordem Paraense do Mérito Contábil, Detentora do Prêmio de Personalidade do Ano - Diana Cury - Associação dos Contabilistas de São Carlos (SP), Detentora do Título de Cidadã Honorária de Maceió(AL), Detentora do Título de Cidadã Honorária de São Luís(MA), Detentora do Título de Cidadã Honorária de Fortaleza(CE), Detentora do Título de Cidadã Honorária do Estado da Paraíba, Detentora da Comenda da Assembléia Legislativa de Goiás - Medalha do Mérito Legislativo Pedro Ludovico Teixeira, Detentora do Título Acadêmico de Imortal da Academia Brasileira de Ciências Econômicas, Políticas e Sociais (cátedra n.º 194), Título de Cidadã Norte Rio-Grandense, Título de Cidadã Teresinense, Prêmio Personalidade do Ano de 2007, concedido pela Federação dos Contabilistas do Estado de São Paulo.

(fonte: CFC www.cfc.org.br)

sábado, 5 de junho de 2010

Escolas de Contabilidade - Controlista

Escola Controlista

Para Fabio Besta (1880) a contabilidade representava a ciência do controle econômico. Este autor considerava que o controle econômico se compunha de duas partes: uma responsável pelo registro contábil dos momentos da administração econômica e sua efetivação por meio de escrituração e a outra representava a revelação das partidas dobradas dos fatos administrativos em conexão com os critérios organizacionais articulados de acordo com os mecanismos de controle inerentes à escrituração contábil.

Na visão dos controlistas, os balanços, as contas, os orçamentos, as demonstrações de resultados, etc., representavam uma forma de controle da riqueza dos organismos econômicos.

Besta entendia que a contabilidade tinha a missão de atender as seguintes três fases: primeiro estabelecer um ponto de partida para tornar possível a análise dos resultados da gestão; em segundo lugar acompanhar a gestão evidenciando os fatos ocorridos que julgar-se o trabalho administrativo e a terceira fase demonstrar os resultados finais da administração econômica para a devida aprovação ou rejeição da gestão.

Igualmente considerava que o patrimônio deveria ser representado por uma grandeza mensurável e variável, isto é, demonstrado por uma soma de valores positivos e negativos.

Besta classificou as funções de controle econômico (ou de contabilidade) conforme o momento em que ocorriam com referência aos fatos administrativos e de acordo com a sua natureza. Segundo o momento de ocorrência, as funções de controle são: antecedentes, concomitantes e subsequentes.

Antecedentes são os contratos, estatutos, regulamentos, atas, inventários, etc.
Concomitantes são os controles que se caracterizam pela vigilância das tarefas determinadas para cada pessoa. Esta deve ser feita por quem exerce a autoridade direta, pelos administradores ou outras pessoas indicadas para tal fim, visando a proteção da entidade. Para tal, podem ser utilizados cartões, apontamentos, medidores, etc.

A função subsequente é o exame dos fatos em seus aspectos jurídicos e econômicos, ou seja, o confronto entre o que foi realizado com o que deveria ter sido feito. Os instrumentos usados são os documentos referentes aos dois controles anteriores, os registros contábeis, os balanços, as prestações de contas, o exame destas prestações e sua aprovação ou rejeição.
O controle econômico pode ser considerado com uma das finalidades dos sistemas de escrituração, não abrangendo, contudo, em sua totalidade o objeto da contabilidade. Aspectos relativos à formação dos custos, realização de receita, equilíbrio financeiro e outros que provam variações patrimoniais, são objeto de operações de controle, porém, a contabilidade não se limita unicamente a esses aspectos. O controle é apenas um instrumento de apoio e não um fim ou objeto da contabilidade.

As contribuições desta escola à comunicação contábil foram:
1. o controle significava um melhor estudo substancial das operações da entidade para estabelecer se as mesmas estavam sendo desenvolvidas de acordo com critérios de conveniência econômica que devem guiar a conduta de uma entidade.
2. A informação contábil servia como uma base para a análise da gestão passada e como instrumento de informação para previsões futuras.
3. O desenvolvimento sistemático de princípios que informavam sobre o patrimônio das entidades, sobre seus inventários, avaliações de bens, orçamentos e demonstrações contábeis.
Os principais personagens desta escola foram: Besta, Alfieri, Ghidiglia, D’Alvise e Lorusso

Fábio Besta e a Escola de Veneza

Autoria: Nelson Trus Cabral

Assim como os personalistas fizeram oposição aos contistas, os controlistas fizeram oposição aos personalistas.

A escola personalista, situada em Toscana, tinha grande força e prestígio, porém com o aparecimento da Escola de Veneza (controlista) encontrou contestações.

Tudo começou no discurso de inauguração do Ano Acadêmico em Veneza, em 1880, feito por Fábio Besta, que falava de debates que já haviam sido processados em público.

Com a divergência dessas idéias contribuiu-se positivamente para o pensamento humano.

Na Contabilidade, os debates entre os três grandes da época: Cerboni, Rossi (personalistas) e Besta (Controlista), fizeram história, principalmente no 1º Congresso Italiano de Contabilidade, realizado em Roma, em 1879, no confronto entre as escolas científicas, o que fez Besta à fazer o seu discurso já citado anteriormente.

Fábio Besta, afim de criar novas formas de estudos da Contabilidade, contribuiu muito para o desenvolvimento da ciência Contábil.

Besta causaria influências nos pensamentos dos estudiosos do Século XX.

Sua obra mais importante é La Ragioneria, em três volumes.

Com os pensamentos de Besta formou-se a Escola de Veneza, a qual mais tarde contribuiu para o conhecimento contábil destacando Vittorio Alfieri, Pietro Rigobon, Francesco de Gobbis, Vincenzo Vianello, entre outros com obras muito importantes publicadas.

Não se pode excluir os pensamentos dos personalistas os quais auxiliaram, também, muito o desenvolvimento da Contabilidade.

A obra de Fábio Besta e suas Razões Científicas - Fábio Besta admitiu a importância do “controle da riqueza aziendal”.

Besta afirmava : “a riqueza pertinente a uma azienda forma a substância ou patrimônio àquela legado e todo azienda possui substância, seja pequena ou grande”. Com isso ele queria dizer que a dinâmica da riqueza, afirma que a satisfação das necessidades através dela gera um sem número de fenômenos e que é necessário uma ciência específica para estudá-los.

Com essa afirmativa Besta expõe sua primeira diferença ao pensamento personalista que defendia que pelos direitos ou obrigações só ocorrem quando as mesma é dinamizada. Através do pensamento de Besta, fica bem claro o ponto de vista sobre a riqueza, sobre a necessidade de considerá-la como ela mesma.

As afirmativas de Besta rebatem com os pensamentos de Cerboni, os axiomas.

Besta enfatizava a preocupação dos estudos, na Contabilidade, que não deviam estar relacionadas com o direito, mas sim naquela de utilização, para a satisfação das necessidades. “O direito de possuir alguma coisa por si só de nada vale. O legitimo proprietário conserva todos os direitos sobre as coisas, ainda quando lhe são roubadas; se não tem possibilidade de recuperá-las, aquelas coisas para ele de nada valem.”

Recusa a definição de patrimônio enunciada por Cerboni e Rossi, ou seja, não aceita o patrimônio sob a defesa de direitos e obrigações, mas, sim, como um agregado de valores, como “grandeza comensurável”. “O valor de uma coisa se refere a disponibilidade e ao seu livre uso, em suma a sua posse e esta jamais será plena se não lhe é assegurado isto no presente e no futuro, sem limite de tempo, ou seja, enquanto durar.”

As convicções de Besta sobre o valor levou o mesmo a implantar o raciocínio de que as contas não se abrem para pessoas, mas para valores, e segundo Masi, tal forma de pensar deu origem a um Neocontismo que se desenvolveria, inclusive, fora da Itália.

Ao tratar da Classificação dos elementos patrimoniais, consagra uma metodologia de classificação por funções dos elementos da riqueza.

Considera os bens como “forças verdadeiras e próprias das aziendas” e admite o lucro ou a perda como comparação de dois estados da mesma riqueza em determinado tempo.

Atribui à Administração o grande relevo que possui em face dos estudos contábeis, mas é nas funções de controle que mais se empenha em situar como principal.

Afirma que é pelo controle que tudo se torna relevante e que o estudo das causas e dos efeitos de tais funções são os básicos.

Classifica os Controles em: antecedentes, concomitantes e subsequentes, afirmando que tudo deve ser registrado e que o objeto dos registros são os fatos ocorridos com a riqueza.

Para Besta, de nada vale a própria certeza do direito de uma coisa se nada podemos fazer com ela e se sua posse só se dará em tempo futuro e incerto.

A Ciência Contábil, nessa fase áurea do início do século, já havia alcançado sua maioridade e plenitude de grandeza como acervo de doutrinas.

Sobre as “Contas” não só discorre sobre todas as suas teorias em vigor, como apresenta razões profundas de raciocínio quando afirma: “A natureza das contas depende manifestamente da índole do seu objeto, de seu registro e dos fatos e mutações que se refere, e tal índole não varia apenas porque variou o critério do registro; disto deduz-se que a teoria das contas não depende de métodos de registro.”

A importância, pois, do que representou para a Contabilidade a obra de Besta é deveras muito grande e merece todo o destaque como uma das mais expressivas produções da era Moderna científica.

Sua grande reação ao Personalismo, no entender de Masi, tão veemente se fez que deu lugar a uma nova corrente, que seria a neocontista, das “correntes abertas a valor”, como já nos referimos, mas, em verdade, pode-se tomar tal posicionamento mais como uma veemente postura de defesa de um materialismo que Besta herdara de Villa que mesmo a disposição de criar uma escola de pensamentos.

Carlo Ghidiglia, o gênio do Conrolismo - Aderiram ao pensamento de Fábio Besta ilustres estudiosos, mas poucos com a qualidade de Carlo Ghidiglia, sobre o qual Bertini admite que “entre os estudiosos da Contabilidade da segunda metade dos anos do oitocentos e os primeiros decênios do novecentos ocupa uma posição de relevo”.

Ghidiglia defendia sua escola através do Controlismo ao contrário de Rossi que defendia a escola de Toscana através do Personalismo, ou seja, tão ilustres e fiéis seguidores e discípulos de uma escola que sem dúvida se tornaram expoentes nelas.

Ghidiglia foi um dos maiores defensores do Controlismo em uma época que Bertini considera a da máxima maturidade da Contabilidade Científica na Itália e que foi de 1883 a 1888.

Sob o título La Ragioneria nel passato, nel presente e nell’avvenire, publicou importante trabalho que ofereceu o panorama histórico, a realidade e a prospeção dos estudos contábeis.

Para Ghidiglia, a Contabilidade, como ciência, tem a seu cargo regular todas as ações que se relacionam com a riqueza e com as necessidades humanas, o que também está absolutamente correto, somente a somatória da prosperidade das células sociais pode levar à prosperidade global de uma nação e da própria humanidade.

O que eles denominaram, naquela época, de econômico, todavia, não tinha a conotação que hoje possui; baseava-se na estreita visão de que a obtenção do lucro, do suprimento das necessidades materiais, fosse exclusivamente estudo da área da economia.

As razões lógicas nas quais Ghidiglia se apoiou para encontrar a definição da Contabilidade, foram as seguintes:

1-o homem tem deficiências intelectuais e morais que impedem que a ação administrativa se desenvolva em cada caso segundo o postulado hedonístico;

2-em decorrência, torna-se conseqüência natural que o homem se esforce por suprir as referidas deficiências;

3-surge, por isso, naturalmente, alguns fenômenos ou fatos pelos quais se venham a colmar essas deficiências;

4-esse fenômenos ou fatos têm todos uma mesma causa e, em sua forma de operar, são dirigidos por um só sistema de leis;

5-esse sistema de leis constitui uma ciência orgânica pertinente, que é a Contabilidade.

Essas relações lógicas ou premissas que formam suas bases para definir-se a Contabilidade ele as produziu em 1902, ou seja, bem no início do século XX, seguindo uma atmosfera que também cada vez mais se adensava no campo do social e que se formara com vigor a partir do positivismo de Augusto Comte.

Como razões fundamentais da Contabilidade ele aceita as seguintes:

1-necessidade de conhecer o estado de uma substância ou de uma parte dela, no seu complexo ou em seus singulares elementos de composição;

2-necessidade de conhecer as mutações que ocorrem por efeito da obra administrativa sobre a mesma substância, considerada em suas partes e em seu todo;

3-necessidade de determinar, antes que ocorra, qual será a ação administrativa no seu todo e em seus elementos, assim como os efeitos prováveis dessa mesma obra;

4-necessidade de conter ou de estimular a obra administrativa, seja qual for o caso, para que particularmente atenda a cada condição necessária;

5-necessidade de determinar como foi concluída a gestão, que efeitos produziu, que relações ocorreram entre a determinação administrativa e os seus efeitos pertinentes.

O ponto alto de sua teoria, a visão extraordinária que tem, centraliza-se na hierarquia que estabelece para o estudo dos fenômenos, ou seja:

a-estudo da riqueza;

b-estudo das funções da riqueza;

c-estudo dos agregados da riqueza (organismos que explicam as funções ou fenômenos patrimoniais).

O estudo das obras de Ghidiglia nos dá a plena satisfação de observar uma obra verdadeiramente científica, de altíssima qualidade, superior, inclusive, a muitas que se editam na atualidade.

Outros eméritos controlistas e suas obras - Pietro D’Alvise - Foi dos mais queridos e valoros discípulos de Fábio Besta. Produziu um dos grandes tratados clássicos da Contabilidade, Principii e precetti di ragioneria, cuja segunda edição é de 1934.

Francesco De Gobbis - O primeiro a divulgar a doutrina de Besta, em 1889 em sua obra “Ragioneria Generale”, obtendo nada menos de 21 edições em 50 anos, emitiu preciosas definições e um ataque ferrenho às concepções cerbonianas.

Vincenzo Vianello - Historiador emérito da Contabilidade, especialista em Contabilidade Pública. Também foi mestre exemplar, tendo produzido diversos trabalhos e uma obra de sucesso, que foi Istituzioni di ragioneria generale, cuja primeira edição é de 1906.

Pietro Rigobon - Foi um grande especialista na área Contábil bancária e um professor de renome, tendo participado com Fábio Besta da segunda edição de sua La ragioneria (junto também com Vittorio Alfieri e Carlo Ghidiglia).

Vittorio Alfieri - Aluno dileto de Besta e um dos mais fieis intérpretes do pensamento do seu Mestre. Publicou diversos trabalhos, mas sua obra mais importante foi a Ragioneria Generale.

Benedetto Lorusso - Era colaborador de Fábio Besta, editou muitos trabalhos, como La Partita Doppia, Ragioneria Generale basata sulle funzioni di controllo economico, Aggiunte alle nozione di ragioneria generale, Commercio di importazione e di esportazione, etc.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Escolas de Contabilidade - Italiana

Escola Italiana de Contabilidade

Com o surgimento do Método de Partidas Dobradas no século XIII ou XIV, e sua divulgação através da obra “La Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalitá” de autoria do Frei Luca Pacioli, publicada em Veneza em 10/11/1494 (1ª edição), a escola italiana ganhou um grande impulso, espalhando-se por toda a Europa.

Várias correntes de pensamento contábil se desenvolveram dentro da escola italiana, sendo as mais relevantes: o contismo, o personalismo, o neocontismo, o controlismo, o aziendalismo e o patrimonialismo.


2.1 Escola Contista

Constituiu-se na primeira corrente de pensamento contábil (1494). Seu surgimento está relacionado aos estudos feitos pelos primeiros expositores do Método de Partidas Dobradas. Os defensores dessa corrente, adotaram como idéia básica o mecanismo das contas, centrando sua preocupação no seu funcionamento, esquecendo-se que a conta é apenas conseqüência das operações que acontecem numa entidade, e que essas operações devem merecer a máxima atenção da contabilidade.

Para os criadores da escola contista, a preocupação central da contabilidade era com o processo de escrituração e com as técnicas de registro através das contas.

O objetivo das contas era sempre o de registrar uma dívida a receber ou a pagar, coincidindo com a origem do crédito nas relações comerciais.

Com o início do regime sócio-econômico, onde os meios de produção passaram a pertencer a qualquer pessoa que possuísse capital, as relações de crédito entre compradores e vendedores experimentaram um grande crescimento, fazendo com que as contas contábeis se constituíssem num dos mais hábeis instrumentos para o registro destas relações.
A escola contista teve um grande impulso com os trabalhos de pesquisadores franceses, entre os quais Degranges que em 1795 divulgou a chamada teoria das cinco contas, baseada em estudo realizado em 1675 por Jacques Savary sobre a teoria geral das contas.

Para Degranges, o comércio tinha cinco (5) objetivos principais que permanentemente lhe serviam de meio de troca, sendo este fato a base de sua teoria. As cinco contas a que fazia referência eram: (1) Mercadorias, (2) Dinheiro, (3) Contas a Receber, (4) Contas a Pagar e (5) Lucros e Perdas.

Na concepção do autor, deveria ser aberta uma conta para a pessoa com quem o comerciante mantinha transações a prazo e, ao mesmo tempo, abrir cinco para si mesmo, isto é, uma para mercadorias, uma para o caixa, uma para as contas a receber, uma para as contas a pagar e uma para o resultado. “Essas contas, na realidade, representavam o comerciante. Para ele, o lançamento a débito ou a crédito em uma dessas contas representava debitar ou creditar o próprio comerciante” (Schmidt, 2000, p.30). Esta teoria não teve boa aceitação, não se tornando universal.

Este esquema de cinco contas, deu lugar ao surgimento de um Livro Diário/Razão de 6 colunas, no qual constavam ainda colunas para a data, detalhes, total, etc.

Em 1796, Jones apresentou o modelo inglês de registro baseado em dois livros principais: o diário e o razão e dois livros auxiliares: caixa e armazém (existências). Este autor teve o mérito de ser o primeiro a admitir a necessidade de realizar-se um controle numérico entre os livros principais, somando-se separadamente o diário e o razão para verificar a igualdade de ambas somas.

A preocupação com a fidelidade das informações contidas no diário e no razão, revelou a necessidade de uma maior sistematização do processo de registro das operações, com a conseqüente melhoria na qualidade do produto deste processo.

Mais tarde, com o surgimento das sociedades com mais de um capitalista, criou-se a conta capital, considerada pelos contistas como uma dívida da empresa para com o capitalista.

Os principais personagens do contismo foram: Fibonacci, Pegolotti, Pietra, Flori, Degranges, sendo que os mais destacados foram Cotrugli e Frei Luca Pacioli.


Frei Luca Pacioli

Publicou em Veneza (1ª edição em 10/11/1494), “La Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalitá. Foi considerado um grande matemático do XV e ficou universalmente conhecido por ter incluído na Summa o Tratado XI, do título IX denominado “De computis et scripturis” (páginas 197 a 210), no qual consta o método de registro contábil de “Partidas Dobradas”, conhecido na época como método de Veneza.

Já em 1458 Benedetto Cotrugli (comerciante) concluia um manuscrito de 160 páginas que tratava das partidas dobradas, cabendo a Pacioli o mérito de haver escrito o primeiro livro de contabilidade.

Justificou a inclusão deste tratado na Summa por entender que os mercadores deveriam saber registrar corretamente suas contas e determinar o resultado do negócio. Acreditava que o comerciante deveria conhecer os registros contábeis e ter, a qualquer momento, a noção exata das transações efetuadas.

Na verdade Pacioli foi o primeiro grande divulgador deste método por coincidir a época de sua obra com a introdução da imprensa na Itália.

A publicação do trabalho se deu em Veneza pois nessa cidade, na época, instalaram-se as principais tipografias e representava o centro do comércio mundial.

No capítulo 1 do tratado XI Pacioli apresenta os três requisitos para que alguém possa ter um negócio: dinheiro ou propriedades, habilidades em cálculos mercantis e conhecimento de contabilidade. No final do capítulo faz referência ao Inventário, abrangendo a classificação, avaliação e registro de propriedades e a forma como deve ser arquivado e que esquema deve ser utilizado para o lançamento contábil.

No capitulo 2 define e descreve o Inventário. No capítulo 3 apresenta um exemplo prático e no capítulo 4 algumas explicações sobre como registrar itens do inventário.

O capítulo 5 é dedicado a forma de organizar os lançamentos contábeis. Explica os livros que deveriam ser usados, fazendo referência ao memoriale (livro em que as operações deveriam ser registradas à medida que iam ocorrendo, giornale (livro diário) e quaderno (livro razão). No capitulo 6 dá explicações sobre o memoriale Os demais livros são tratados nos capítulos seguintes, bem como detalhes de registros contábeis, forma de demonstrar as contas e como corrigir os erros cometidos nos registros.

Pacioli não propôs uma seqüência de lançamentos contábeis e sim exemplos isolados para ressaltar que os lançamentos deveriam ser feitos em dobro, ou seja, a débito e a crédito (Schmidt, 2000, p. 35-47).

fonte: http://teoriascontabeis.blogspot.com/2009/09/escolas-de-contabilidade-italiana.html

quinta-feira, 3 de junho de 2010

EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

Para que se possa compreender com mais afinco a contabilidade, se faz necessário uma abordagem do início de suas profundas origens, pois só as origens darão uma melhor idéia para justificar os fatos presentes.

Pelo fato do homem não saber escrever há mais de 20.000 anos atrás, ele criou uma das formas mais primitivas de inscrição, que foi a artística, para registrar seus feitos durante o dia. O homem caçava algum animal ou apanhava algum fruto e posteriormente registrava em pinturas gravadas nas paredes esses fatos, podendo-se concluir que nascia daí a necessidade de controle da entidade.

Observa-se que a Contabilidade possui algo em comum com a arte, a Escrita e a Matemática, pois são ciências que surgiram ao se usar uma a outra como base para registros dos fatos que ocorriam no dia-a-dia.
Segundo Sá (1997, p. 21), O mais antigo documento dessa época que se conhece parece ser o que nos apresenta Figuier. Foi encontrado na gruta D´Aurignac, no departamento de Haute Garone, na França; uma lâmina de osso de rena, contendo sulcos que indicam quantidades.

2.1.1. Registros do patrimônio
Os fatos anteriormente citados evidenciam uma pequena parcela do que, com o passar dos anos, o homem descobriria sozinho como registrar seus bens usando até então a desconhecida Contabilidade.
Segundo Sá (1997, p. 19) “o nascimento da Contabilidade é o da inscrição de elementos da riqueza patrimonial, passando, aos poucos, a registros de melhor qualidade”.
Há mais de 6.000 anos atrás, o comércio era intenso, o controle religioso sobre o Estado já era grande e poderoso, daí derivando grande quantidade de fatos a registrar, ensejando, também, o desenvolvimento da escrita Contábil.

Todos os registros eram feitos usando-se peças de argila com relação a cada fato, quando surgiu a expressão “meu” e “seu”, de Débito e Crédito, sendo “Débito” (o que alguém tem que me pagar) e “Crédito” (o que eu devo pagar a alguém).
Com o advento do Papiro no Egito, a Contabilidade só teve a ganhar, pois ela pode ter seus registros mais sofisticados passados em Livros Contábeis. A invenção da escrita impulsionou mais a evolução, segundo estudiosos da questão, foi a escrita Contábil que deu origem à escrita comum e não o inverso.

De acordo com Sá (1997, p. 19),Amplo era o uso dos livros na antiguidade clássica, porque ampla era a análise dos fatos, os romanos chegavam a ter um livro de escrituração de fatos patrimoniais para cada atividade que era desenvolvida (livro de fabricação do azeite, livro da fabricação do vinho, livro dos bens patrimoniais, livros das despesas e receitas, e outros).

2.1.2. Partidas dobradas - O registro de um fato em sua causa e efeito fez surgir o que se chama de Partidas Dobradas, sendo que todo Débito equivale a um Crédito e vice-versa.
Existem várias especulações sobre o surgimento desta técnica de Partidas Dobradas, mas seu autor, em verdade, não se conhece.
Vários fatos impulsionaram seu surgimento, entre eles destacam-se o crescimento do Capitalismo nos fins da Idade Média, a aplicação dos números arábicos à escrituração e a maior necessidade de dar relevo às contas do lucro e outros.

Sá (1997, p. 34) afirma que:
A influência da matemática, o fato de a escrita contábil estar atada ao cálculo desde seus primeiros tempos e ter-se intensificado seu ensino nas escolas de matemática, tudo isto nos fez aceitar a força da mente lógica como geradora do processo das Partidas Duplas. O hábito das equações, o valor das matemáticas associadas à contabilidade, pode ser gerado a hábito da igualdade de Débito e Crédito, e esta nos parece uma hipótese bastante forte no campo histórico.

Em novembro de 1494, o franciscano italiano frei Luca Pacioli publicou a primeira literatura contábil “relevante”, consolidando o método das Partidas Dobradas, com expressões de causa e efeito do fenômeno patrimonial com os termos de Débito e Crédito.
O conceito de dualidade freqüentemente utilizado para justificar as partidas dobradas apenas exige que sejam reconhecidos dois lados de cada transação. Isto poderia ser com igual facilidade feito numa única coluna, usando-se sinais positivos e negativos, quanto em duas colunas com débitos e créditos.
Vale salientar que nessa época vários eram os folhetins publicados por diversos autores sobre a contabilidade, mas nenhum foi tão completo quanto ao do frei, sendo que o mesmo não descobriu as Partidas Dobradas, mas sim aprimorou a conhecimento sobre o citado assunto, pois elas já eram conhecidas e usadas desde o século XIII.
Várias são as hipóteses sobre o surgimento das Partidas Dobradas, cada autor o interpreta de um modo. Observando-se esta dificuldade, é difícil e delicado afirmar quem foi o verdadeiro pai das Partidas, pois elas foram evoluindo gradativamente e em cada época os estudiosos aperfeiçoavam-nas conforme suas necessidades.

2.1.3. Surgimento das escolas de contabilidade

Várias são as teses que evidenciam o surgimento e desenvolvimento da Contabilidade. O desenvolvimento econômico acompanha de perto o desenvolvimento Contábil. Em 1920, com a grande ascensão dos EUA, deu-se origem à Escola Norte-Americana.
Com o surgimento das grandes Corporations, principalmente no século atual, adicionando-se o desenvolvimento do mercado de capitais, a Contabilidade encontrou um campo propício para o seu desenvolvimento com teorias e aplicações no campo prático.
Os Estados Unidos herdaram da Inglaterra a tradição de Auditoria, criando lá sólidas raízes.
No início do século XX, a chamada Escola Européia teve sua queda, quando a Escola Norte-americana obteve sua ascensão.

2.1.4. Diferenças entre as escolas européias e norte americanas

Analisando-se o quadro abaixo, pode-se notar as relevantes diferenças entre as duas escolas.

Algumas razões da Queda da Escola Européia (especialmente italiana)

1. Excessivo Culto à Personalidade: grandes mestres e pensadores da Contabilidade ganharam tanta notoriedade que passaram a ser vistos como “oráculos” da verdade Contábil.

2. Ênfase a uma Contabilidade Teórica: as mentes privilegiadas produziam trabalhos excessivamente teóricos, apenas pelo gosto de serem teóricos, difundindo-se idéias com pouca aplicação prática.

3. Pouca Importância à Auditoria: principalmente na legislação italiana, o grau de confiabilidade e a importância da auditagem não eram enfatizados.

4. Queda do nível das principais faculdades: principalmente as faculdades italianas, superpovoadas de alunos.

Algumas razões da Ascensão da Escola Norte-Americana

1. Ênfase ao Usuário da Informação Contábil: a Contabilidade é apresentada como algo útil para a tomada de decisões, evitando-se endeusar demasiadamente a Contabilidade; atender os usuários é o grande objetivo.

2. Ênfase à Contabilidade Aplicada: principalmente à Contabilidade Gerencial. Ao contrário dos europeus, não havia uma preocupação com a teoria das contas, ou querer provar que a Contabilidade é uma ciência.

3. Bastante Importância à Auditoria: como herança dos ingleses e transparência para os investidores das Sociedades Anônimas (e outros usuários) nos relatórios contábeis, a auditoria é muito enfatizada.

4. Universidades em busca de qualidade: grandes quantias para as pesquisas no campo contábil, o professor em dedicação exclusiva, o aluno em período integral valorizaram o ensino nos Estados Unidos.


quarta-feira, 2 de junho de 2010

CORRENTES DE PENSAMENTO CIENTÍFICO

Entende-se a Contabilidade como ciência pois:
  • Tem um objeto próprio de estudos
  • Estuda o objeto sob um aspecto peculiar ou próprio
  • Estabelece leis (relações entre fatos de validade geral e perene)
  • Enseja a previsão de fatos
  • Tem metodologia específica
  • Tem tradição como conhecimento
  • Enseja aplicação do seu conhecimento
Existem diversas correntes do pensamento científico da Contabilidade, sendo as consideradas próprias de figurarem como de dimensão predominantemente econômica as seguintes:
As correntes abaixo serviram para se reconhecer uma dimensão jurídica da contabilidade, a saber:
A ressaltar ainda as teorias e técnicas desenvolvidas pelos anglo-americanos, as quais se enquadram na dimensão administrativa da Contabilidade e que, apesar de não se revestirem de caráter científico, são bastante influentes: Auditoria (Auditoria interna e Auditoria externa), Princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP's), Contabilidade Divisional, Contabilidade Gerencial, da Análise financeira e da Consolidação dos Balanços.


Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

sábado, 22 de maio de 2010

HINO DO CONTADOR


Letra e Música: Ísis Martins Raposo Castelo Branco
Criado na gestão do presidente Raulino Filho
Interpretação: Lucia Alvino

Salve nossos contadores
que trabalham com valor,
e são grandes lutadores,
com esmero e com ardor,
ajudando nosso Brasil,
a crescer e se elevar,
com afeto varonil
para a pátria exaltar.

Procuremos todos unidos,
Nosso dever bem cumprir,
Elevando nossas finanças
A grandeza do porvir!

Seguindo as leis trabalharemos,
Com inteligência e prazer,
A vitória conquistaremos,
Para o progresso acontecer,
E teremos recompensados,
O esforço da união,
E teremos conquistado,
O respeito da nação.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Patrono da Contabilidade


São Mateus – Padroeiro dos Contabilistas

São Mateus foi um contabilista. Atuava na área da Contabilidade Pública, pois era um rendeiro, isto é, um arrendatário de tributos. O exercício da sua profissão exigia rígidos controles, os quais se refletiam na formulação do documentário contábil, sua exibição e sua revelação. Escriturava e auditava. Era um publicano, e por isso não era bem visto pela sociedade, sendo considerado um pecador. Na verdade, ele gozava de má fama pelo fato de ser um cobrador e arrecadador de tributos. Chamava-se telônio o local onde se efetivava o pagamento dos tributos e onde também se trocava moeda estrangeira _ um misto de casa de câmbio e de pagamento dos tributos.

Mateus nasceu em Cafarnaum. Não se conhece a data do seu nascimento. Seu pai, Alfeu, deu-lhe o nome de Levi. Sua cidade natal era cortada pelas principais estradas da Palestina, ponto de convergência e centro comercial da região. Jesus Cristo tinha especial simpatia por essa cidade, tendo nela pregado a sua doutrina. Na época, era uma província romana.

Em sua peregrinação, Cristo passa diante do telônio de Levi, pára, e o chama: "Segue-me". Levi se levanta, acompanha o Mestre e abandona seus rendosos negócios. Troca de nome e de vida. Diz São Jerônimo que Levi, vendo Nosso Senhor, ficou atraído pelo brilho da divina majestade que fulgurava em seus olhos. Convertendo-se ao cristianismo, adotou o nome de Mateus, que significa "o dom de Deus". Mateus seria corruptela de Matias. Mateus foi um dos doze apóstolos de Cristo, e o primeiro dos quatro evangelistas. Antes de sua conversão era o mais rico e o mais inteligente de todos eles. Escreveu o relato das pregações de Cristo por volta dos anos 50 d.C na língua siro-chaldaico. O seu evangelho é considerado o mais completo, o mais lindo e escorreito.

Mateus marcou a virada de sua vida com um banquete que ofereceu aos amigos. Nele compareceu Cristo, o que ensejou questionamentos e reverbérios por parte dos escribas e fariseus, classes atingidas pela nova pregação. Diziam "este Homem anda com publicanos e pecadores e banqueteia-se com eles". Tais recriminações não pouparam também os apóstolos: "como é que vosso Mestre se senta a mesa com os pecadores?” Tais críticas mereceram as famosas palavras de Jesus Cristo: "Não são os sãos, mas sim os doentes, que necessitam do médico. Não vim a chamar os justos, senão os pecadores."

Após a cena descrita no chamado "Evangelho do Espírito Santo", na qual os apóstolos receberam o dom da sabedoria, saíram os mesmos pelas várias regiões para a difusão religiosa. Mateus pregou, em primeiro lugar, na própria Palestina, e em seguida, dirigiu-se à Arábia e Pérsia, deslocando-se finalmente para a Etiópia, onde encontrou a morte.

Diz São Clemente que Mateus era um santo de penitência e mortificações. Alimentava-se de ervas, frutas e raízes. Sofreu maus tratos e foi hostilizado na Arábia e na Pérsia. Teve os olhos arrancados e foi colocado na prisão na cidade de Mirmene, onde aguardaria sua execução, a ser feita em data solene consagrada a deuses pagãos. Na prisão, onde estava acorrentado, recebe o milagre divino da restituição dos seus olhos e da sua libertação. Alcança a Etiópia, onde prega a doutrina cristã pela última vez. É repelido e encontra forte oposição dos guias religiosos pagãos etíopes.

Ocorre, entretanto, uma consternação real. Falecido o jovem príncipe Eufranon, São Mateus é chamado e realiza um milagre que causa admiração: ressuscita o morto. Esse fato repercutiu em todo reino. Incensado, bajulado e endeusado, São Mateus trata de colocar as coisas em seus devidos termos e diz: “Eu não sou Deus, como julgais que seja, mas servo de Jesus Cristo, Filho de Deus vivo; foi em seu nome que ressuscitei o filho de vosso rei; foi ele que me enviou a vós, para vos pregar sua doutrina e vos trazer sua graça e salvação.” Palavras que calaram fundo na alma dos etíopes. Foi elevado o número das conversões. A Etiópia, na época, era um dos principais bastiões do cristianismo.

A conversão da família real era fato consumado. A princesa Efigênia, filha mais velha, faz voto de castidade perpétua. Com o falecimento do rei Egipo, sobe ao poder o seu sobrinho Hirtaco. Desejando fortalecer politicamente o reino, Hirtaco resolve despojar Efigênia. Mas havia o impedimento: o voto proferido pela princesa. Hirtaco exige a interferência e a autorização de São Mateus para realizar os seus desígnios. Mateus se recusa, informando ao rei não ter competência para envolver-se no caso, e consagra Efigênia a Deus. Contestado em seu plano, e irado, Hirtaco dá ordens para a execução de Mateus que celebra a santa missa, quando dele se aproximam os soldados e executam a ordem real.

No ano de 930, seus restos mortais foram transportados para Salermo (Itália), cidade da qual é padroeiro. Transcorria o ano 69 d.C, quando Mateus foi assassinado. Efigênia cumpriu seu voto. Fugiu acompanhada de várias moças convertidas à fé cristã, internando-se em um monastério. Sua vida foi consagrada a Deus. Foi canonizada como Santa Efigênia

A Simbologia na Realidade Profissional

O anel do contabilista é um agregado de símbolos que deve sugerir ao seu portador lembranças importantes, relativas ao desempenho profissional específico de sua área, não havendo distinção entre o anel do Contador e do Técnico em Contabilidade. Sendo um objeto identificador de cultura e habilitação para o exercício da profissão contábil, seus símbolos inspiram significações nitidamente sociais, ligadas à lei e à proteção dos que desempenham atividades, visando cumprir finalidades humanas produtivas, em favor próprio e da sociedade.

A tábua da lei, o caduceu, a pedra rosa forte e os brilhantes são símbolos de qualidades culturais da profissão que lembram os deveres do contabilista como colaboradores e geradores de informações no cumprimento do direito, como guardiões da riqueza nas atividades produtoras da satisfação das necessidades humanas e sociais.


quinta-feira, 20 de maio de 2010

A Tábua da Lei

Em um dos flancos do anel se insere a Tábua da Lei. Ela tem a forma clássica de um retângulo, encimado por um semicírculo que se insere no meio da horizontal superior da figura, eqüidistante das laterais verticais; ao meio, o retângulo se divide por uma linha vertical onde, em seus espaços existem pequenas horizontais, sugerindo algo escrito, como se fossem normas ali gravadas.

Advém da antiga tradição que a lei foi entregue a Moisés em uma tábua, contendo os mandamentos ou normas de convivência dos homens, e que seriam as leis de Deus. Outros dizem que, provém das tábuas onde eram inscritas, as leis básicas de antigas civilizações, como as de Cartago e Roma. As de Cartago eram gravadas em bronze e eram tábuas expostas. As de Roma, antiga, na fase áurea de sua afirmação como civilização, seriam as famosas XII Tábuas. As leges regiae, do tempo da realeza em Roma, eram apenas dispositivos de Direito costumeiro, relativos principalmente às coisas sacras, e só indiretamente relacionados com o Direito privado.

A Lei das XII Tábuas (Lex Duodecim Tabularum), em vigor desde 449 a.C., foi uma codificação geral redigida por dez magistrados. Nem todos os seus dispositivos chegaram até os tempos atuais, mas, por meio das escritas dos jurisconsultos, ela pôde ser estudada em suas tendências e detalhes. Era um código de Direito privado, com prescrições de Direito penal e alguns artigos de Direito religioso. Acredita‑se que uma missão romana tenha ido aos Estados Gregos para inspirar‑se em suas leis. A idéia da codificação talvez fosse grega, mas ela traz a marca incontestável, e em alto grau, do espírito romano. Não tem fundo helênico, mas codifica os velhos costumes nacionais. Gravados os seus dispositivos em placas de bronze, era exposta em logradouros públicos. Constituía a base da cultura jurídica. Em criança, Cícero a teria decorado.

O conteúdo jurídico da Lei das XII Tábuas era relativo à liberdade pessoal e à igualdade dos cidadãos: garantia a liberdade de ação individual no domínio privado, reconhecendo contratos e testamentos; definia certos pontos de Direito privado como usucapio, obligatio, manus, patriapotestas, tutela e connubium. Continha também esta lei, a prescrição de penalidade em caso de falso testemunho, corrupção, calúnia e outros crimes. Além disso, ela regulava as formas de processo e ditava regras de higiene e de economia.

A Lei das XII Tábuas punha termo às arbitrariedades dos magis trados patrícios e às injustiças geradas pela ausência de uma legislação escrita. Ao Direito costumeiro, desconhecido do vulgo, desigual para patrícios e para plebeus, substituía um código conhecido de todos, ga rantindo, em quase todos os casos, direitos iguais.

Codificada a legislação do passado, a lei não ficou cristalizada, mas continuou a progredir e a adaptar‑se às alterações sociais que surgiam. De fato, ela deu base a um Direito costumeiro novo, o jus civile, cujas fontes eram a interpretation ou responsa prudentium e os éditos dos ma gistrados, investidos da função judiciária, ou jurisdictio, como os pretores urbanos e peregrinos. Nova consolidação só foi feita mil anos mais tarde, no tempo de Justiniano.

Disto tudo, ao longo do tempo, a expressão Tábua da Lei tornou-se inequívoca, enquanto um símbolo que hoje representa aquela forma de editar a legislação. Também os balanços do governo _ no tempo da civilização pré-helênica, minóica _ eram expostos em praça pública, em tábuas de mármore (como Melis comprovou ser nos estudos realizados na Ilha de Creta). A escrita dos sumero babilônios, há 6000 anos, era feita em tábuas de argila. Seja o que for, a tábua particular ou pública, que era um instrumento de respeito e uso da "lei", representa o símbolo onde se gravavam as obrigações do homem perante seus semelhantes, perante o Estado.

A profissão contábil está, de fato, muito atada, em sua parte de escrita de demonstração e de informação, ao regime legal (o que já não ocorre no campo da ciência onde o fenômeno prevalece sobre a forma da lei). Aceitar a tábua como instrumento simbólico, e a Tábua da Lei como afinidade íntima, parece-nos justo, para lembrar perenemente a responsabilidade legal da escrita contábil como instrumento de fé pública, e como o limite em que a atuação profissional não deve transgredir. Todas essas idéias se adaptam à uma simbologia que apresenta, como uma de suas bases, a responsabilidade na execução da lei.

As tábuas foram familiares ao uso da escrita pelas civilizações mais antigas, e a lei uma incumbência que terminou por responsabilizar os contabilistas como poderosos e importantes colaboradores e geradores de informações do sistema legal. Tudo isto, em função da escrita, que hoje sabemos representar, apenas, uma parte da cultura contábil. Por muito tempo e até princípios do século XIX, confundiu-se o conhecimento contábil apenas com o de registrar e informar. Somente a evolução científica libertaria a Contabilidade do domínio da forma (informação) para fazer prevalecer o da essência (o fenômeno patrimonial).

As tradições do anel, todavia, prendem-se à essa fase aparente de nossa profissão, em seu estágio inicial. Na outra lateral do anel está uma figura que representa uma estilização do caduceu, mostrando-o encimado pelo capacete do deus Mercúrio ou Hermes (o primeiro, da mitologia romana, e o segundo, da mitologia grega, mas identificáveis, pelos historiadores, como sendo o mesmo).